segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ninguém me perguntou...

Quando o João foi se recuperando da terceira cirurgia e se mostrando tão diferente, eu entrei em pânico. Nossas filhas estavam sempre tentanto me reanimar.Diziam coisas bonitas, dispunham-se a me ajudar. Queriam sair comigo, me levar a cabelereiro, tomar cafezinho no shopping center,comprar revistas...
Mas elas também foram aquiescendo, com extrema delicadeza me diziam que já não acreditavam mais numa recuperação total.
Elas queriam me fazer acreditar que minha vida teria alguns aspectos legais, mesmo que isso implicasse em sair da casa que que moro, a qual construimos há mais de 20 anos, mudar para nosso apartamento em outra cidade,provavelmente parar e trabalhar e viver para ele, que precisaria tanto da minha presença.
Ao ouvir delas que talvez ele nunca mais seria ele mesmo, eu tive uma crise de revolta.
Por que não me perguntaram antes se eu prefereria ele cego ou bobo?
Eu não teria concordado com a cirurgia, teria deixado o tumor crescer, tentar a radioterapia que o deixaria sem enxergar, mas o manteria conosco.
Eu queria meu marido de volta, custasse o que custasse.

4 comentários:

  1. Amiga entendo o que sentes... Existem momentos que nenhuma palavra pode aliviar nosso sofrimento...
    Sabe também tenho um tumor no cerebro ele está localizado na hipofise, hoje está inoperável... Eu já fiz uma cirurgia onde retirei dois tumores e também fiquei com uma sequela do qual ninguém havia cogitado a possibilidade, só foram me explicar após a cirurgia quando os sintomas apareceram...
    Se não se importar gostaria de me tornar seguidora do seu blog e acompanhar sua trajetória e lhe ofereço minha amizade se assim quiser...
    Forças e até mais!!

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  2. Oi Karina,
    Claro que não me "importo" se voce seguir meu blog.Muito pelo contrário, te agradeço por isso.
    Vamos nos comunicar, me conta sobre este "ET" inoperável. Porque? você já pesquisou a respeito? já ouviu outra opinião?
    E a força, como está?
    Vamos rezar, qualquer que sejam as nossas crenças, em qualquer uma cabe uma "oração".
    Somos tantos com algumas dores que deveríamos fazer uma corrente positiva e mandar para o universo!
    Um beijo de empatia. Aguardo novo contato.
    Carinho, Vania

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  3. Oi Vania, Oi Karina, muita força para vcs.

    Realmente o tratamento do câncer não é moleza não, mas acredito que nossas mentes podem influenciar positivamente.

    No meu caso, quando o bicho pega mesmo, em termos de incertezas, angústias, ansiedade a única coisa que resolve para mim é aumentar a minha consciência de ser um ser espiritual, capaz de suportar qualquer sofrimento transitório, e colocando-me nas mãos de Deus e nele confiando, seja lá qual for o que eu tenha que passar.

    Somente assim, consigo sair fora um pouco da preocupação com o corpo/doença e ser mais livre para erguer a cabeça e continuar na luta.

    Estou a disposição para conversar com vcs, caso queiram e trocarmos idéias. Tenho muitas dicas também de tratamentos complementares. No meu blog tem os meus contatos.

    Abraços,

    Felipe

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  4. Vãnia achei seu blog no blog do Felipe. Sei que não é fácil o que estás vivendo, também tenho passado por provações, tive ca de mama e estou em tratamento, me tornei outra pessoa, careca, engordei, sofri muito com a quimio e com o olhar do outro. Mas o que quero lhe dizer é que não perca a fé, Deus não nos desampara, saiba que nesses dias difíceis Ele tem segurado em sua mão. Acredite! Sempre que puder passarei por aqui tá? Se quiser, passa lá no meu blog! Um abraço! E força! Bjssssssssss

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