terça-feira, 25 de maio de 2010

Enquanto ausente...

Que surpresa gostosa.Estive ausente por vários motivos.Ou por apenas um?
Dizem que quando a gente tem vários motivos é porque provavelmente não existe nenhum.
Acho que foi tempo, disponibilidade e... tristeza.
Num determinado momento senti que estava muito emocionada,até mesmo chorando ao lado do João enquanto ele dormia.Parei um pouco.
Mas... que bom , ao retornar para dar uma bicadinha, ver alguns comentários postados aqui e no meu e-mail(vvel2009@gmail.com).
Muito obrigada a quem parou um minuto para me dar atenção.Obrigada mesmo.
Gostaria de por uma foto bonita que vi num site mas não sei como faze-lo. Será que alguém pode me ajudar?

domingo, 9 de maio de 2010

A festa de ontem

Ontem fomos a uma festa muito legal.Havia música, beliscos bons e cerveja gelada.Há muito tempo eu me divertia assim.Eu curti muito, conversei muiot, ri muito.Acho até que me senti um pouco bonita de novo.
O João reviu alguns amigos, conversou um pouco.Tentei impedi-lo de cochilar, mas em alguns momentos percebi que começava a fechar os olhos.É tão triste vê-lo assim...
Ele estava charmoso, bem vestido.Foi tão bom ver que ele gostou das roupas e sapato que eu comprei para ele.
A alegria precisa voltar.Eu o amo tanto...

terça-feira, 4 de maio de 2010

...E a vida seguia

Minhas filhas noivaram, casaram. Eu e o João fomos ficando cada vez mais próximos.Eu cuidava de toda sua vida até ele voltar a trabalhar.
Com toda bondade e justiça de Deus, ele voltou para sua sala no hospital.Recuperou a agilidade, o equilíbrio e as ranhetices.
A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO, já esperada, deixou-o intolerante, ríspido e grosseiro em situações de stress.Por qualquer coisa ele era agressivo. Eu já tinha lido que o CRANIOFARINGIOMA causava até MUDANÇA DE PERSONALIDADE.
Eu sempre pedia às minhas filhas que o desculpassem porque aquilo fazia parte do quadro de sua doença, e hoje ele é uma pessoa DOENTE. Não dava mais para fazer de conta que nada tinha acontecido.
Mas eu sempre achei que tudo tem um jeito, eu só precisaria descobri-lo para sermos mais felizes.Sempre achei que é muito bom para os casais um interesse em comum, ter algum passatempo onde os dois se distrairiam e cultivariam. Foi aí que nasceu nosso gosto por antiguidade.
Estávamos completamente envolvidos.Líamos livros a respeito, visitávamos brechós, viajávamos para garimpar as feiras de antiguidades de São Paulo,procurávamos conhecer antiquários das cidades próximas.

A vida tinha que continuar

AS visitas diminuiram.João ganhava peso dia a dia. O número da camisa cresceu mais dois pontos. Antes da 1ª cirugia ele usava camisa 4. Passou para número 6.Depois
da 2ª cirurgia usava camisa número 7.
Todos se surpreendiam com seu ganho de peso.Passamos por vários constrangimentos de cumprimentarmos efusivamente um amigo que não víamos há algum tempo e a pessoa se desculpar, mas não o estava reconhecendo.
Muitas vezes eu vejo como as pessoas são cruéis.Elas dizem para o João :"como vc engordou!" como se ele não se visse.O que estas pessoas pensam? acham que são legais?.É muito ruim ver a maneira como ele se sente e tenta se justificar, porque toma corticóide, porque seu centro de saciedade foi lesado, porque está em tratamento...Não interessa a ninguém. Acho que é pura maldade.Não consigo mais conviver com quem não tem sensibilidade para evitar machucar um amigo.
Fui me afastando das pessoas. Alguns amigos dele comentavam entre si como ele comia, como ele agia estranho.E sempre um outro "amigo" me contava.Por que eles não respeitavam sua intimidade?por que não eram discretos com um amigo que estava sofrendo?
Um destes "amigos" que hoje tenho a maior mágoa, me chamou em seu consultório como se quisesse me ajudar para dizer que o João tinha perdido o equilíbrio dentro do barco durante uma pescaria. Disse ainda que ele ficou tão constrangido por cair, que disse que não iria pescar mais e não tocou no assunto de novo.Porque ele não respeitou a privacidade do companheiro , já que ele sabia que o João tinha consulta marcada e o médico estaria acompanhando tudo? que direito ele tinha de me contar, já que não temos intimidade e comentar com os outros colegas?
Não gosto mais dos nossos amigos.
Todos continuaram seus ritmos, reunindo-se entre si e raramente o convidando.Por que ele não era mais animado? por que ele cochilava na cadeira? não seria esta a hora dos amigos tentarem reanimá-lo?
ª