sábado, 19 de junho de 2010

A terceira cirurgia, parte 3

O dia amanheceu e a equipe de enfermagem veio busca-lo.Antes pediram para tomasse banho e lavasse o cabelo com uma solução antiséptica.Ele não dizia uma palavra.
Acompanhei-o até o centro cirúrgico, na ante sala, onde alguns pacientes esperavam por sua vez.Verificaram a pressão arterial, fizeram algumas perguntas e logo ele sentiu um pavor:o anestesista era outro.
Sua reação foi desconcertante.Ele começou a falar de todo seu passado de doença e tratamento como se o médico já não soubesse de seu histórico.Ele começou a repetir várias vezes que tinha tido trombose, que não fabricava mais cortisol,que era hipertenso e etc.
Morri de pena dele de novo, vi que ele estava fraquejando, que queria chorar.Foi muito triste.
Ele se sentiu acuado naquele pijama de uniforme de centro cirúrgico, com gorro, sem nenhuma identidade.Quem era ele?lívido, parecia um menino assustado.
Tinha chegado a hora. Beijei-o e saí.

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