terça-feira, 8 de junho de 2010

A sensação de impotência

Mas eu não podia voltar.Eu tinha que ficar até o fim. Em silêncio.
O João argumentou que não tinha ainda uma decisão do médico.Voltar para que? e os meninos que eu tinha levado, iam interromper a viagem?
O médico, segundo minha filha, pediu uma semana. Ele disse que seria muito arriscado abrir o crânio pela terceira vez. Disse que o João poderia perder a visão.Mas só de um lado.
Seria o fim de sua profissão de médico cirurgião.
Meu Deus, não nos abandone, fique aqui, perto da gente.Eu o amo tanto.Ele não pode sofrer tanto assim.Deus?voce está aí?
Eu quero ir embora...
ESperamos os dias passarem.Eu telefonava 3 vezes por dia. Queria ouvir a sua voz quando ele estivesse se deitando, quando estivesse acordando, quando estivesse trabalhando.Eu ligava de dentro do ônibus, de denntro da escola, da rua.
Imaginava sua solidão com os pensamentos.
Ao andar pelas ruas as vezes eu ouvia a sirene de ambulâncias e chorava por dentro. Será que estaremos dentro de uma dessas amanhã?

Nenhum comentário:

Postar um comentário