segunda-feira, 7 de junho de 2010

A bomba

Eu contava o tempo pra ligar , aguardando o fim da consulta.
De lá, dos Estados Unidos, no intervalo de uma aula eu telefonei. Minha filha que estava com ele,atendeu:" mãe, o tumor cresceu de novo".
Deus...
"meu pai vai parar o carro e falar com voce"
Deus..., o que eu estou fazendo aqui tão longe de casa, longe dele, num momento como esse...como eu queria estar com ele na hora desta notícia...
"alô, baixinha?" ele disse me chamando pelo apelido que ele me deu.
"É querida, o médico disse que o tumor voltou. Mas ele não sabe o que fazer. Ele pediu um tempo para pensar"
No meio do pátio da escola, Deus enxugou meu choro. Não queria chorar em público. Eu não estava viajando só. Eu era responsável pelas outras pessoas que estavam comigo.
"Nao posso perder o controle" pensei comigo.Não podia comprometer a estada dos dois menores que levei comigo. Nem queria que eles comentassem com seus pais num eventual telefonema.
O João não poderia ser mais estigmatizado por ter um tumor. Controle-se!
"bem,quero ir embora, quero ficar com voce, não adianta estar aqui sabendo que a noite voce dorme só, com seus pensamentos. Quero voltar!"

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